Por Ohana Luize*
2025 se apresenta desafiador para o campo da educação e sua relação com as transformações no cenário midiático. As novas diretrizes e propostas a respeito dos avanços tecnológicos em ambientes educativos são o tom desde os primeiros dias do ano. Os desafios midiáticos tornam-se mais complexos diante da desinformação. Portanto, é importante destacar alguns tópicos destes desafios previstos para o ano, com base em dados divulgados recentemente.
Educação para a sustentabilidade e posicionamento
Com as mudanças climáticas em pauta, a educação para a sustentabilidade tem se tornado um assunto mais presente. Um levantamento da UNESCO mostrou que 95% de profissionais da educação de ensino fundamental e médio acreditam que o ensino de mudança climática é relevante, apesar de esbarrarem na falta de recursos suficientes para efetivarem isso com resultados e impactos. O tema se relaciona com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
É esperado que escolas ampliem parcerias com organizações ambientais e governamentais para integrar soluções práticas e acessíveis, dialogando, principalmente, com os contextos educacionais nas camadas mais vulneráveis dos territórios e enfrentando problemas decorrentes das desigualdades.
O estímulo ao engajamento das comunidades como agentes de mudança é um passo diante dos alertas intensificados com os eventos climáticos extremos dos últimos meses, desenvolvendo a conscientização sobre as consequências de negar as questões do clima. Em termos de comunidades escolares, o envolvimento de famílias e lideranças locais pode criar um impacto ainda maior, promovendo a consciência climática como um valor compartilhado e uma preocupação que não aconteça só em períodos trágicos e sensíveis.
Desinformação e letramento midiático

A desinformação continua a ser um dos principais desafios midiáticos. Para 2025, espera-se uma maior integração do letramento midiático nos currículos escolares, preparando estudantes para uma leitura crítica e consciente de informações.
As plataformas digitais enfrentam pressão crescente para regular conteúdos. Por outro lado, estudos já apontam para as preocupações dos cidadãos sobre medidas mais rigorosas contra discursos de ódio e desinformação. No entanto, também há preocupações sobre como essas regulações de plataformas podem impactar a liberdade de expressão – tema espinhoso e em disputa.
A adoção da inteligência artificial (IA) na criação e distribuição de conteúdo traz desafios éticos significativos. Em 2025 “a utilização de tecnologias de IA nos meios de comunicação continua a aumentar”, segundo divulgação pelo Reuters Institute. Estão as redações plenamente preparadas para esses avanços?
Alguns desses tópicos figuram como tendências educacionais e no campo midiático para 2025 e refletem uma busca por inovações que tornem o processo de educação midiática cada vez mais relevante e adaptado aos desafios contemporâneos. Por outro lado, exigem uma crítica que prepare os cidadãos para estar nesse complexo universo digital – e fora dele.
A COAR Notícias continuará com o papel de discutir e propor práticas que fortaleçam o ecossistema de agentes comprometidos com o combate a desinformação e o uso tecnológico de forma segura, responsável e emancipadora. Vamos juntos?
*Ohana Luize – jornalista, relações públicas, mestra em Comunicação. Estuda temas como: comunicação e educação, juventudes, ruralidades e combate às desigualdades. Professora substituta no curso de Jornalismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Voluntária na COAR Notícias, dedicando-se aos assuntos relacionados à educação.