
Um relevante estudo de caso focalizado em municípios nordestinos classificados como “desertos de notícia”, evidenciando a realidade de Itaueira, no Piauí, estado com maior número de desertos de notícias, é destaque na mais recente publicação da Revista Eco‑Pós, da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que possui reconhecimento acadêmico consolidado.
O estudo parte do mapeamento do Atlas da Notícia, que mostra que o Nordeste possui o maior número de desertos de notícias no Brasil. O texto destaca a fragilidade diagnóstica da população local: quase metade dos 53 participantes (entre estudantes e professores) não consegue compreender como se produz uma notícia, reforçando a necessidade de ferramentas acessíveis de checagem. Para isso, propõe-se a adoção do “Arriégua: Manual de Checagem Nordestina” em sala de aula por meio da COAR Notícias, como um meio de fomentar o letramento midiático local e combater a circulação de conteúdos não verificados num contexto de ausência de imprensa local.
O artigo é assinado pelas pesquisadoras Cristiane Portela de Carvalho, professora de Jornalismo na Universidade Federal do Piauí (UFPI), é doutora em Comunicação pela UMESP e mestre pela UFPE, com atuação em Comunicação Multimídia, liderando o grupo de pesquisa JOCON/CNPq e realizando estágio pós-doutoral na UFC; Juliana Teixeira, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), é doutora em Comunicação pela UFBA, mestre pela UFSC e graduada pela UFRJ, com pesquisas em comunicação, jornalismo e cultura contemporânea e Marta Thais Alencar, doutoranda em Comunicação na Unisinos, é jornalista, fundadora da COAR e pesquisadora de desertos de notícias e desinformação regional, com doze prêmios de jornalismo e atuação em projetos de letramento midiático com linguagem regional no Nordeste e Norte do Brasil.